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Resta esta história que conto, você ainda está me ouvindo?
terça-feira, 2 de março de 2010
VALE A PENA
Quando a noite parece eterna
e o frio nos quebra a alma.
Quando a vida se perde por nada
e o futuro não passa de uma promessa.
Nos perguntamos: vale a pena?
Quando a classe parece morta
e a luta é só uma lembrança.
Quando os amigos se vão
e os abraços se fazem distância.
Nos perguntamos: vale a pena?
Quando a história se torna farsa
e outubro não é mais que um mês.
Quando a memória já nos falta
e maio se transforma em festa.
Nos perguntamos: vale a pena?
Mas, quando entre camaradas nos
encontramos
e ousamos sonhar futuros.
Quando a teoria nos aclara a vista
e com o povo, ombro a ombro,
marchamos.
Respondemos: vale a pena viver,
quando se é comunista!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Traduzir-se
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Ferreira Gullar
sábado, 2 de janeiro de 2010
Receita de Ano Novo - Carlos Drummond Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
500 dias com ela (500 days of summer)

É um filme fofo do começo ao fim, fala do amor de forma genial.

Um pouquinho da história:
"Você só não esperava que ela não acreditasse no amor.
Não contava que ela realmente tivesse algum trauma disso tudo e fosse tão desprendida. Qual tipo de relação vocês têm? Consegue viver com essa dúvida? Consegue estar apaixonado e não assumir uma relação séria? Consegue agir tranquilamente ao ver ela tão natural com tudo isso? A sua mente está transtornada agora. A confusão faz parte dos seus pensamentos. Há muitos porquês a encarar.
E ela, de repente, resolve ir embora."
vale apena ver ^^
*;